Após dar um tiro em sua própria têmpora direita, seu corpo percorreu por diversos lugares até que lhe fosse dado um fim definitivo.
Nas primeiras horas da manhã de 29 de abril de 1945, Adolf Hitler se casou com sua namorada de longa data, Eva Braun. O matrimônio aconteceu na sala de mapas de seu bunker subterrâneo em Berlim. O conselheiro municipal Walter Wagner realizou a cerimônia, já o Ministro da Propaganda Josef Göebbels e o secretário particular do chanceler, Martin Bormann, atuaram como testemunhas.
Após o evento, Hitler organizou um pequeno almoço de recepção com sua nova esposa e, por volta de 4 horas da manhã, levou o secretário Traudl Junge para outra sala, onde ditou sua última vontade e seu testamento.
No dia seguinte, quando o Exército Vermelho marchou para a capital alemã, o general Helmuth Weidling, comandante da Área de Defesa de Berlim, disse a Hitler que as forças de defesa provavelmente ficariam sem munição até o final da noite. Após o almoço, Hitler e Braun se despediram dos outros oficiais nazistas de alto escalão que ocupavam o Führerbunker. Por volta das 14h30, o casal entrou no escritório e fechou a porta. Passado uma hora, um tiro foi ouvido.
Os corpos foram carregados pela saída de emergência do bunker. No jardim bombardeado atrás da Chancelaria do Reich, os soldados evolveram o Führer em uma bandeira nazista, banharam os corpos com gasolina e os incendiaram. Embora os cadáveresnão tenham sido completamente destruídos, o fogo acabou cessando no início da noite. O que sobrou foi jogado em uma cratera rasa e encoberto.
“Tenente-coronel, há pernas aqui”
Na manhã de 2 de maio, Ivan Churakov, um soldado do Exército Soviético, notou um trecho de solo recentemente virado enquanto ele e o 79º Corpo de Fuzileiros revistavam a Chancelaria. Ele cavou o lugar imaginando que poderia descobrir algum tesouro nazista, em vez disso, bateu com sua pá em um pedaço de osso. “Tenente-coronel, há pernas aqui”.
Foi ordenada uma exumação e os soldados desenterraram os corpos de dois cães (supostamente o pastor alemão de Hitler e um de seus filhotes) e os restos gravemente queimados de duas pessoas. Uma autópsia foi realizada alguns dias depois e o corpo de Hitler foi transferido para um túmulo fora de Berlim. Esse seria a primeira entre as várias viagens que os restos fariam.
Sob o controle soviético, os restos mortais de Hitler poderiam ser mantidos em segredo, e o acesso físico a eles seriamente limitado. Os líderes soviéticos temiam que, se o corpo fosse deixado na guarnição ou enterrado em outro lugar que não estivesse sob seu olhar atento, o túmulo se tornaria um santuário para os neonazistas.
Yuri Andropov, diretor da KGB, decidiu que os restos mortais deveriam ser destruídos e autorizou uma operação para descartar o corpo. As únicas coisas mantidas foram fragmentos de um maxilar e o crânio, que foram armazenados em prédio do governo em Moscou. Andropov designou Vladimir Gumenyuk, um oficial da KGB, para liderar uma equipe de três pessoas que se responsabilizaria para escolher um local secreto para o descanso final dos restos mortais de Hitler.
A guarnição soviética estava cercada por arranha-céus construídos na Alemanha, então a equipe de Gumenyuk montou uma barraca sobre o local onde os ossos foram enterrados para evitar serem vistos. Depois de algumas escavações sem resultados, a equipe percebeu que tinha contado 45 metros em vez de 45 passos de uma coordenada secreta enquanto seguia as instruções para o cadáver. Eles colocaram a terra de volta, mudaram a tenda e começaram de novo.
Disfarçados de pescadores, seguiram em direção as montanhas, parando em um penhasco ao longo de um pequeno riacho. Lá, em um lugar protegido por árvores, eles ascenderam duas fogueiras. Em uma era preparada uma sopa, na outra, os restos.
Apesar das grandes quantias de dinheiro que lhe foram oferecidas para revelar a localização, Vladimir Gumenyuk prometeu levar seu segredo para o túmulo, com medo de que a floresta pacífica se tornasse um local de peregrinação. “Vinte segundos – e o trabalho foi feito”, revelou em uma entrevista ao The Sun. “Foi apenas o último voo do Führer.”
Por FABIO PREVIDELLI
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